quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ode ao Silêncio


Não sei mais o que quero
O que faço, o que falo
Não sei mais o que penso
O que ouço, o que olho.

Não sei mais o que toco
O que sinto, o que almejo
Não sei mais o que é certo
Se me afasto ou te beijo
Não sei o que é abraço
Ou rompante ou desejo

Não sei mais a verdade
Algum dia a descobri?
Seria então mentira?
Mas não sei se eu menti

Braços, pernas, tronco, falo
Pés e costas, dedos, lábios

Olhos
Para não ver
Para não receber as imagens do mundo
Para não ver você
Espelhos mirando o nada
Não há nada para se ver

Um único baixo eco sobra
No vazio que é o coração
Que em tempos idos
Gritava seu nome
Mas agora é vazio.
Foi tudo em vão